quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Body-Art

Conhecemos por body-art o movimento artístico que despertou no meio dos criadores estéticos contemporâneos – final dos anos 60, década de 70, e ainda hoje - a importância sensível do corpo humano. Esses criadores vivificam seus própios corpos - ou o de pessoas interessadas em participar, de suas proposições – investigando-os quando as suas funções – mentais e físicas-, e chamando a atenção para as possibilidades expressivas e comunicativas do corpo a partir do despertas da memória genética e cultural. Fazem a arte renascer enquanto rito cerimonial desvinculando das convenções religiosas e teatrais. Visam unicamente “à descoberta e re-significação do corpo”, processo de re-descoberta desvinculados dos cânones acadêmicos, esses artistas recuperam o aspecto indico da arte e do corpo e rompem com o “não me toque” da arte e do corpo. Tanto o corpo quando as artes não são mais para serem contemplados ou mercantilizados, mas vivenciados em todas as suas possibilidades. O valor esta nele – corpo/obra – e não na riqueza que este corpo possa propiciar. O que mais importa não é o olhar contemplativo, mais a percepção sensorial de cada um e a participação coletiva.


                                                   NO BRASIL

No Brasil esses movimentos podem ser pensados a partir dos artistas que iniciaram suas trajetórias ligadas ao movimento neoconcreto, dos anos 60, Antonio Manuel, Lygia Pape e, principalmente, Lygia Clark e Hélio Oiticica. Ainda que trabalhassem em conjunto, os dois últimos consideravam-se uma dupla inseparável – “agente é como uma mão e uma luva”, dizia Lygia a Oiticica. Esses artistas que se apresentam mais como propositores estéticos do que realizadores, pretendiam reproduzir um “corpobra”, seguindo a linha fenomenológica, no pensamento do filósofo Merleau-Ponty. “O homem moderno deve destacar-se desde excesso de nacionalidade que esta no coração de nosso pensamento”.(Lygia, apud Millier,1992:102)

O “nu2” de Antonio Manuel – Museu de Arte Moderna do Rio(1970) – é um exemplo dessa abordagem. “Corpo comunicativo” como descreveu Ronaldo Brito, Saudavelmente iconoclasta, sem parentesco com a escatologia perversa que comandava a maior parte da body - art na ocasião. (...) Sincero e irreverente, o artista reencarnava a palavra profética de Nietzche, “O Homem tornando obra de arte.’”.(1997:19)

As experiências realizadas pela body art devem ser compreendidas como uma vertente da arte contemporânea em oposição a um mercado internacionalizado e técnico e relacionado a novos atores sociais (negros, mulheres, homossexuais e outros)."

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